Jovem de 28 anos é assassinado em show em Anchieta

Jovem de 28 anos é assassinado em show em Anchieta.

Ele foi morto após a apresentação do grupo Fundo de Quintal. Cinco mil pessoas estavam no local

Jerônimo Pereira Soares (foto) morreu atrás do palco ao se envolver em uma briga

O que era para ser diversão virou correira, pânico e tristeza. Na madrugada de domingo, por volta de 1 hora, um jovem de 28 anos foi assassinado com três tiros no meio da festa de verão na Praia Central de Anchieta, no Litoral Sul do Estado.

Segundo estimativas da Guarda Municipal, havia entre cinco e oito mil pessoas no local. No momento do crime, o grupo Fundo de Quintal havia acabado de se apresentar no palco, que aguardava o início do show do cantor de axé Beto Kauê.

Segundo a Polícia Militar, Jerônimo Pereira Soares estava atrás do palanque e teria se envolvido em uma briga com um outro homem, que disparou quatro tiros - três acertaram a vítima e um atingiu o camarim dos músicos do cantor Beto Kauê, que, na hora, estavam no palco testando o som. O cantor estava aguardando o início da apresentação em um segundo camarim.

Uma prima de Jerônimo, que não quis ser identificada, estava na hora da confusão e contou que ele havia se envolvido, no mesmo dia, em uma briga com o mesmo autor dos disparos.

"Ele havia separado uma briga entre o sobrinho dele e o rapaz. Os dois acabaram brigando e se bateram. O rapaz disse que não ia deixar barato".

A prima da vítima contou que no momento do crime Jerônimo tentou pedir desculpas, mas acabou sendo morto. "Ele foi separar uma nova briga entre o sobrinho e o rapaz. Mas dessa vez, ele foi pedir desculpas, chegou a dar um abraço nele. Mas não adiantou, ele foi morto", afirma.

Jerônimo chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital em Anchieta. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Vitória e liberado por volta das 17h de ontem. De acordo com o instituto, as balas atingiram o tórax e as costas da vítima.

Suspeitos

Segundo a Polícia Militar, o autor do crime está foragido. Familiares de Jerônimo afirmam que ele era conhecido da família.

"Quem atirou era amigo da gente, todo mundo de Anchieta conhece. Meu primo tentou pedir desculpas, mas ele preferiu tirar a vida dele. Acho um absurdo um amigo tirar a vida do outro. Queremos que ele seja preso", conta outra prima da vítima.

No momento do crime, dois homens - inclusive o irmão do principal suspeito do crime - foram detidos, mas foram liberados por estarem desarmados.

"Foi um crime de execução. Já atiraram no alvo certo, por isso ninguém mais ficou ferido", afirmou Leonardo Abrantes, gerente de Segurança Pública e subcoordenador da Guarda Municipal de Anchieta.

Como não há plantão no fim de semana na delegacia do município, o crime será investigado pela Polícia Civil a partir de hoje.

"Ouvi um barulho e pensei que tivesse caído algo no palco. Não sabia que era tiro. Aí chegou a notícia de que alguém teria sido baleado atrás do palco."

Apresentação de Beto Kauê cancelada

O show de Beto Kauê, que seria realizado na noite do crime, foi cancelado. Segundo a prefeitura, o cantor se apresentará no município durante o carnaval. Beto Kauê afirma que nunca passou por uma situação como essa antes. "Fui embora com uma sensação desagradável, o que me fez refletir sobre a violência e a facilidade com que as pessoas tiram a vida das outras", disse.

Fonte: Gazeta Sul

Por: Sara Moreira