Câmara de Anchieta gasta R$ 900 mil para criar fundação em 2010

foto: Katilaine Chagas

Atual gestão da Câmara de Anchieta parou de fazer os repasses à fundação

Katilaine Chagaskchagas@redegazeta.com.br

O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Anchieta Jocelém Gonçalves de Jesus (PMDB) não saiu da administração da Casa, em dezembro do ano passado, sem antes deixar sua marca no orçamento. Dizendo-se interessado em promover cursos e pesquisas para a população de Anchieta, Celém, como é conhecido na cidade, fechou o seu comando com a criação da Fundação Padre Luiz Maria, que custou ao orçamento R$ 900 mil para iniciar os trabalhos.

O próprio Celém assumiu a presidência do empreendimento. Para o cargo, ele recebe R$ 5.030 por mês. O vereador disse que apresentará um projeto de lei para decidir se o cargo de presidente deve ser remunerado ou não. Enquanto o projeto não vem, Celém segue somando esse valor aos R$ 3.470 mensais que já recebe como vereador.

Celém não precisa estar sempre na sede da fundação para exercer sua presidência. "Como eu trabalho de presidente, eu faço o trabalho todo aqui na Câmara. Quando eu não estou aqui, estou lá."

Equipe
A instituição conta hoje com oito funcionários, que trabalham na organização de projetos e eventos. Eles recebem, em média, R$ 900 de salário.

Apesar de ter sido fundada em dezembro, a fundação começou a funcionar em abril. Em quatro meses de funcionamento, foi realizada uma palestra para 180 alunos da rede municipal de Anchieta. A palestra teve a duração de uma manhã, em junho.

Hoje os funcionários trabalham em dois outros projetos. Um é uma proposta a ser apresentada para a prefeitura para que o município doe ração para o gado leiteiro. O outro é a preparação de um curso de costura.

O vereador diz que a fundação vai realizar concurso. "Não pode criar vínculo político", reconhece. Até lá, serão mantidos os comissionados.

Parecer

Por meio de sua assessoria, a presidente da Câmara de Anchieta, Dalva Da Matta Igreja (PDT), informou que, desde que assumiu a função, em janeiro deste ano, mais nenhum repasse foi feito para a fundação. A Câmara aguarda parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o repasse